Olá,
amigos do eixo! =)
A
brasiliense que vos escreve hoje vai falar sobre como surgiu a ideia de sair da
capital para a ex. Bom, como – suponho – que vocês já tenham se familiarizado
um pouco mais com a minha história, vamos detalhá-la um pouco mais.
Eu
nunca fui muito fã do Rio de Janeiro por um motivo um tanto traumatizante.
Quando eu era pequena, por volta dos 3 ou 4 anos, meus pais se separaram na
época em que minha irmã adoeceu. Ela tinha um câncer raro chamado Sarcoma de Ewing¹, de diagnóstico demorado, foram meses para que descobrissem o que
ela tinha. Quando descobriram o que eram, ela conseguiu uma vaga num dos
melhores hospitais que eu já vi em minha vida, um modelo, o Hospital Sarah
Kubitscheck. Porém, eles não tinham um dos tratamentos necessários para o caso
da minha irmã. Então, fomos primeiramente para Campinas – SP, ficamos por volta
de dois meses, voltamos. Passou um tempo, minha irmã e minha mão tiveram que ir
para o Rio de Janeiro para que minha ela pudesse realizar a radioterapia. Elas
foram e eu tive que ficar morando com o meu pai e meus outros dois irmãos.
Muitos homens e eu, com 7 anos. Bom, homens não são lá essas coisas no quesito
criação de uma menina - se bem que não sei se é uma regra tão geral, mas,
enfim, foi um período bem complicado. Depois de alguns meses é que meu irmão
mais velho, que não morava na casa do meu pai, foi me deixar no RJ para ficar
com a minha mãe. Morávamos na Baixada Fluminense, e foi um período muito
difícil. O lugar não era legal, não tínhamos nem muita coisa para comer.
Passamos muita dificuldade por lá, e foi uma época em que o câncer da minha
irmã estava num estágio avançado. Isso aconteceu em 2001. No final desse ano,
mais ou menos em novembro, minha mãe e minha irmã me trouxeram de volta para
Brasília, mas tiveram que voltar, pois as dores da minha irmã estavam cada vez
piores. Inclusive elas tiveram que ficar algumas semanas em Juiz de Fora – MG,
porque minha irmã não aguentou seguir viagem e teve que ser internada. E mais
uma vez tive que ficar com meu pai e meus irmãos.
Desde
então tudo o que eu ouvia na TV a respeito do RJ para mim não passava de
mentiras e exageros. “A cidade maravilhosa, a cidade mais bonita do Brasil...”
NUNCA! Aquele lugar era feio, horrível, além de só me trazer lembranças ruins. “Só
olham as praias”, pensava eu – o que não deixa de ser verdade XD – e olha que
eu já vi praias muito melhores do que as do RJ, hein! Babação de ovo
desnecessária, até hoje acho isso!
E
esse trauma me seguiu até o dia em que fui ver a família do Rodolfo pela
primeira vez, era meu pensamento “papel de parede”. Mas até que não foi tão
ruim. Tirando o calor infernal do verão de lá, foi bem tranquilo. Claro, vi as
partes horrorosas da cidade, mas tem partes bonitas que não sejam as praias. E
agora, com todas as minhas idas lá, me apeguei à família dele, aos amigos, que
agora também são meus, e o RJ não pareceu mais um lugar tão horrível. Na
verdade, tem muitas vantagens por lá, como preço da moradia, transporte
público, facilidade e custo em achar certos produtos que em Brasília são bem
mais difíceis de encontrar, e às vezes quando encontramos, são mais caros. Mas
esses são assuntos para postagens futuras J
P.S.:
Uma das minhas frustrações na casa onde a gente morava na Baixada Fluminense
era que eu não podia ver o mar. Eu subia na laje todos os dias, e de lá ficava
fitando um horizonte de cerras, montanhas e vazios, menos o mar. Daí eu ficava
imaginando pra que direção seria o mar... Eu morava no estado praiano mais
famoso do país e tinha visto o oceano apenas uma vez, e foi num dia mega
nublado! Não fazia sentido na minha cabeça. Então, todos os dias eu olhava,
tentando achar a imensidão azul depois do horizonte.
Grande beijo, e até a próxima postagem!
"I find your lack of faith disturbing" VADER, Darth.
Em caso de erros na postagem, gostaria de lhes pedir para que me notifiquem à fim de disponibilizar a todos um material bem escrito e de boa qualidade. Grata.